Todo o início de ano fazemos planos de mudanças nas nossas vidas: emagrecer, parar de fumar, cuidar mais da saúde, organizar melhor o tempo, fazer mais exercícios físicos, dedicar mais tempo à família, etc. Isso é o primeiro passo, após o inevitável balanço de final de ano, para remediar os objetivos não alcançados no ano que findou.
O New York Times, o jornal que está em circulação desde 1851, constatou que a busca por mudanças e dicas de como alcançá-las são os assuntos de maior interesse dos leitores nas últimas duas semanas do ano que finda e no primeiro mês do ano que se inicia, porque é nessa época que as pessoas têm um pouco mais de tempo para fazer um balanço de suas vidas e para traçar novas metas. O momento faz ressurgir a esperança de algo novo e melhor. Muitos desejam, além de alcançar suas metas de curto prazo, sucesso e dinheiro, pois acham que esses são a fórmula da felicidade.
É certo que o dinheiro traz segurança, confiança, independência, autonomia e liberdade. Mas o alto índice de drogadição, alcoolismo e suicídio entre artistas e empresários mostra que eles não bastam.
É, também, certo que cada um tem o seu conceito de felicidade e por isso não existe fórmula para ela. Há caminhos descritos pela ciência para melhorar o bem-estar, tornando a vida do indivíduo melhor e mais gratificante, o que em alguns casos resulta na felicidade. Há, inclusive, dicas de como, através de mudanças de hábitos, ser mais feliz. São dicas que vão desde ficar menos tempo no celular, a estacionar o carro mais distante de nosso objetivo para nos obrigar a caminhar mais. Na realidade, são dicas simples que, se realmente realizadas, podem ter algum impacto na nossa saúde física e mental.
Mas nem sempre a vida segue os nossos planos e eles podem ser interrompidos pela morte ou pela doença e, aí, todas as dicas para termos uma vida melhor e mais feliz caem por terra. Ou porque não temos mais com quem fazer planos ou porque não temos mais saúde.
Será que é possível ser feliz apesar desses contratempos? Então, qual é o plano?
O pior de tudo é que não há plano! Ao menos num primeiro momento! Não nos planejamos para as coisas ruins.
Mas há o ensinamento daqueles que passaram por esses momentos, para aqueles que não tiveram seus planos interrompidos pelo acaso. Ainda há tempo para rever e romper com os padrões que nos impedem de aproveitar o momento, o aqui e o agora.
Coisas ruins, que nos entristecem e que nos incomodam, sempre vão existir, mas é certo que podemos ludibriá-las, se não todo o tempo ou para sempre, como gostaríamos, ao menos por alguns momentos.
Para ser feliz, não precisamos de muita coisa: basta não supervalorizar o que não é importante e agradecer o que temos de mais precioso: saúde, família, amigos, paz interior e amor.